04/05/10

Antokolsky M. "Mefistófeles"


"Mefistófeles", que inicialmente tinha o nome de " Século XIX" nem tanto é uma personificação do Mal universal, mas antes é uma encarnação de dúvida penosa e falta de fé; as formas angulares e abruptas, um rosto cheio de sarcasmo transmitem uma expressão especial a esta imagem.
Trabalhando com a imagem de Mefistófeles, o escultor considerou como a base o protótipo literário do poema de Goethe “Fausto”, e no esboço inicial criou quase uma ilustração a ele. Mas o contexto literário não satisfez Antokolsky. Gradualmente o novo conceito da imagem apareceu.

"Mefistófeles" é uma raiva insaciável, uma raiva sem fundo, sem misericórdia, nojenta, capaz de se instalar num corpo doente com alma que decompõe. Ele sofre porque já viveu tudo, está destruído e não consegue viver mais, desfrutar a vida como os outros a sua volta. O espírito dele já não tem poder.” – Escreveu Antokolsky. Para o escultor Mefistófeles tornou-se um fruto de modernidade, um símbolo de século XIX.
O escultor fez inúmeras versões da estátua, tentando representar Mefistófeles através da própria plástica, sem nenhuns pormenores adicionais. Representando a ele nu, Antokolsky evitou a necessidade de recriar um traje de alguma época histórica em particular. O facto de manter o nome literário da estátua, Antokolsky explicou com a sua intenção de fazer a imagem mais clara para o público.
Acabando a obra em 1883, Antokolsky sonhava de a mostrar em São-Petersburgo. E assim foi. Em 1886, a estátua foi exibida em Hermitage e tive um sucesso enorme.
Academia da Arte de Berlim elegeu Antokolsky como um membro honrado, e em Viena ele recebeu a Grande Medalha de Ouro.

A escultura encontra-se em exibição no Museu Russo, em São-Petersburgo.

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